segunda-feira, 28 de junho de 2010

Resumo sobre Psicologia Clínica

Resumo de Psicologia Clínica


Texto: Quem é o Psicólogo Clínico – Pontos Discursivos

• O lugar é no Consultório particular?
• O Atendimento é com clientes Particulares?

Essas confusões se concentram no imaginário de muita gente, na verdade há inúmeros exemplos de como a clínica psicológica pode ser exercida em condições muito diversas das apontadas.

1. A clínica gera uma saber que jamais se converterá integralmente em teoria.
2. Os demais ramos da psicologia (educacional, escolar, trabalho etc.) são derivados por aquilo que define a clínica como lugar de efetuação e também insinua que a clínica seria algo com uma certa problemática (outras áreas da intervenção psicológica)
3. É verdade que a clínica implica numa intervenção, mas é um equivoco pensá-la como uma aplicação de conhecimentos básicos.
4. É verdade que o sentido da intervenção clínica se diferencia em alguns aspectos dos sentidos da intervenção educacional e organizacional mas é um equívoco tratar a clínica como uma mera área de atuação, ou defini-la pela sua intenção curativa a oposição da clínica para os demais é uma questão de método.
5. A tarefa que a configuração cultural contemporânea impõe as clínicas psicológicas é, nesta medida, a da escuta.
6. Quando outras áreas de conhecimento começam a adotar a escuta, adotam, consequentemente o método clínico.
- Pólo disciplinar – tenta-se a cura dos sintomas (redução do excluído)
- Pólo do Romantismo – dar via de expressões ao excluído
- ótica liberal – proporcionar meios de representação e integração do excluído de forma a ampliar o autodomínio do sujeito.
7. A Clinica é o ethos (morada do ser) ela está comprometida com a escuta do interditado e com a sustentação das tensões e dos conflitos.

Texto: O Posicionamento Clínico – Pontos Discursivos

1. A démarche clínica

• Seria o Posicionamento global em relação ao outro, mas também em relação ao saber e sua elaboração (relação entre pesquisa e ação, teoria e prática).
• Seria uma forma particular de resposta a um pedido de ajuda, de alivio para um sofrimento e uma prática de pesquisa rompendo com o positivismo cientifico. (ligação entre os dois âmbitos).
• A abordagem clínica é a abordagem do sujeito ou de um conjunto de sujeito desejantes e pensantes as voltas com um sofrimento, uma crise que os toca por inteiro, direcionando-os para encontrar um sentido para as suas emoções, para as suas lembranças ou para a sua história construída a cada instante.
• A abordagem clinica se recusa a separar o sujeito em partes, em funções ou em faculdades para apreende-lo enquanto totalidade significante. A compreensão do sujeito como todo só se realiza em uma experiência singular.
• A simpatia, a boa vontade, a disponibilidade de espírito não são, no entanto, condições suficientes. É necessário, o pesquisador/ terapeuta elaborar noções teóricas e tê-las como referência.
• O terapeuta apesar disso, tem que resistir a tentativa de reduzir o sujeito ao já conhecido. É preciso admitir o mais inesperado possível.
• A demanda clínica, sua análise e seu tratamento estão no centro da démarche clínica, individual e social. O terapeuta deve tentar compreendê-la (a demanda) e assumir suas conseqüências e seus riscos em função da variabilidade psíquica-emocional de cada sujeito.

A demanda e seus diversos registros de significação

• No plano econômico a “demanda” implica um bem (um objeto material ou um serviço). É inteiramente explicitada pelo objeto ao qual se refere.
• No plano psicológico a demanda é a expressão de uma falta, de um desejo, que só tem sentido em relação aquele ao qual se dirige e que só ele poderia satisfazer; ela não visa nenhum objeto material a não ser por ausência ou por desvio. (A interpretação sempre é necessária). A demanda tem que ser vista.
• O ato clínico pode ser definido como intervenção em uma situação sempre marcada por uma crise do sentido.
• Restringir as reinvidicações materiais a um mal estar de ordem psicológica ou relacional, ou reduzir este último ao objeto de reinvidicação são dois motivos equivalentes de manipulação, que consistem em negar sua significação e em tentar suprimi-la ou contornar seus efeitos.

Clínica e crise do sentido

• Há inúmeras maneiras de se inclinar sobre o sofrimento.
• Tudo deve ser feito para evitar que os conceitos e pressupostos teóricos se interponham entre o clínico e aquele o ou aqueles que tenta escutar e compreender.
• A compreensão é um ato de descoberta progressiva e ininterrupta de significações, sempre parciais e provisórias, emergindo no correr de um diálogo, conduzido passo a passo por meio de desvios e de impasses no qual o clínico desempenha um papel determinante com todos os riscos pessoais que isso comporta.
• Se o trabalho do clínico visa à compreensão do sentido que emerge, ele também é uma clinica de sentido.

Dar um sentido mais puro às palavras da tribo

• O que é com efeito, profundamente original na concepção clínica do sentido é que ela combina suas duas dimensões: orientação (ou projeto) e significação; em outras palavras; mudar e compreender.

Interrogações e perspectivas

• A clínica se define como uma abordagem do outro nas relações interindividuais e nas relações sociais e também com démarche ativa na pesquisa e de intervenção, correspondendo ao mesmo tempo, a valores, posições que dizem respeito ao trabalho cientifico bem como a relação com o saber e ás técnicas e métodos


Texto: A Natureza da Psicologia Clínica – Pontos Discursivos

• A Psicologia Clínica era usada para se referir aos procedimentos de avaliação que eram empregados com crianças retardadas e fisicamente deficientes
• A avaliação Clinica era considerada a função primordial da psicologia aplicada durante a primeira metade deste século. Tinha por finalidade definir as capacidades comportamentais e as características do comportamento de um indivíduo através do método de medição de análise e observação. Exames e históricos sociais complementavam esse processo
• O psicólogo era retratado como profissional que trabalha com o assistente social e o médico num esforço de garantir um programa de tratamento adequado as necessidades de cada indivíduo
• Psicólogos clínicos foram nomeados inicialmente para criar técnicas objetivas de avaliação clínica e, subsequentemente, para aplica-las quando os psiquiatras se deparassem com problemas de diagnóstico-diferencial.
• A clinica era considerada aquela forma de psicologia acadêmica que utiliza pacientes psiquiátricos ao invés de ratos.
• Diferenças entre psicólogos experimentalistas e psicanalistas. Os primeiros utilizavam inventários baseados em depoimento pessoal onde o sujeito era restringido a responder “sim” ou “não”. Era o tipo de introspecção dirigida. O segundo grupo utilizavam técnicas projetivas onde o sujeito externava sua realidade interior através de testes.
• A psicologia clinica, devido a divergências entre as duas linhas teóricas vigentes, era definida de acordo com o pensamento de cada uma delas. Não havia definição generalizada.
• Os serviços dos psicólogos eram avaliação, tratamento, ensino e pesquisa.
• Quanto a avaliação até a data recente (1977), o planejamento e a aplicação de testes eram considerados por psicólogos e psiquiatras a função primordial do psicólogo clinico
• Esses testes podiam ser usados para fornecer diagnóstico psiquiátricos ou para indicar o curso de ação mais apropriado para o individuo.

Texto: Personalidade, ideologia e Psicopatologia Crítica

• A psicopatologia se define como patologia das doenças mentais ou como o estudo das causas e natureza da s doenças mentais.
• A compreensão psicológica da doença mental se inaugura a partir do momento em que a doença mental foi abordada como uma entidade, através de especulações de ordem filosófica, o que era possível em uma psicologia ainda não individualizada, expressada na filosofia e na medicina, que se preocupava em tratar doentes atingidos psiquicamente.
• O objetivo da psicopatologia é a compreensão da patologia enquanto o da psiquiatria e clinica psicológica é a terapêutica.
• A substituição do termo psicologia patológica para psicopatologia corresponde a um deslizamento de sentido, que se dá quando a psicologia patológica se propõe a ser uma psicologia de conduta, substituindo a linguagem da ações nervosas por uma linguagem psicológica.
• A psicopatologia significa tanto a perturbação mental estudada como como a ciência que a estuda.
• Segundo a tese de Canguilhem não era a ciência ou o julgamento médico que deveria decidir cientificamente o normal, mas a vida mesma enquanto um sistema de valores. Isso tem sido confirmado nos últimos anos pelos progressos da técnica médica e psicológica, que obedecem não a uma ordem biológica da saúde, mas a uma crescente conquista dos valores do bem-estar e de qualidade de vida...
• A psicopatologia social – estuda relações entre os transtornos psicopatológicos e a cultura. O social começa a fazer parte do sofrimento psíquico.
• O sofrimento começa a ser encarado como objetivo a experiência compartilhada através da palavra.
• A psicopatologia inclui o grande sistema social
• A partir da psicopatologia social não é somente endógena mas exógena.
• A psicopatologia fundamental e critica
• Seis fundamentos simples:

o Será compreendida de forma não dicotomizada mas mundana. O mundo sensível seria a extensão do ser humano, o outro e o eu são um realidade. Um se continua no outro.
o Uma psicopatologia critica será necessariamente não individualista, priorizando uma compreensão cultural e histórica do fenômeno psicopatológico.
o A psicopatologia critica não pretende não pretende uma neutralidade uma neutralidade cientifica – nesta pretensa neutralidade observam-se as repercussões de concepções biologizantes sobre a experiência do sofrimento o que implica na afirmação mais categórica da psicofarmacologia e das concepções das neurociências.
o a psicopatologia crítica busca a etiologia da enfermidade mental não se restringindo a sua sintomatologia
o A psicopatologia critica compreende toda a experiência psicopatológica como uma experiência de despontencialização, sem confundir sofrimento com psicopatologia. A vida torna-se mais e mais desprovida de significados; perde-se cada vez mais a dimensão do projeto de vida, ficando a deriva, sem a perspectiva de ir adiante em rumo certa experiência de vazio; não se pode tratar todo sofrimento psíquico como doença.
o a psicopatologia Critica é desideologizadora – buscará a compreensão ideológica da situação do doente mental dentro da estrutura sócio-histórica em que este vive, se relaciona, trabalha e adoece.

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